A escolha do seguro de condomínio deve ser encarada como um investimento para o bem-estar de todos, incluindo o síndico.
A obrigatoriedade de contratar esse seguro está claramente estabelecida no Código Civil, no artigo 1.346: “é obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial”.
Vale ressaltar que muitas das obrigações legais do gestor do condomínio não estão descritas de forma tão explícita no Código Civil.
Cobertura Ampla versus Cobertura Simples
Realmente, para muitos síndicos, a cobertura ampla é uma escolha mais sensata.
Isso acontece porque muitos síndicos optam pela cobertura simples e escolhem “extras” que podem encarecer a apólice, a ponto de ficarem mais caras que a ampla.
Outro benefício da cobertura ampla é a inclusão total de desmoronamento e alagamento, o que não se aplica à cobertura simples. Esta última destina um percentual para a reconstrução do condomínio, que pode não ser suficiente.
Embora a cobertura ampla seja considerada a opção mais completa e vantajosa para diversos condomínios, muitos síndicos ainda optam pela cobertura simples por ser mais econômica.
Esse planejamento é realmente crucial.
O que o seguro de condomínio cobre (ou não) nas unidades condominiais?
Cada vez mais, os condôminos entendem que a apólice do condomínio cobre apenas as áreas comuns, e não as unidades individuais.
Por isso, é fundamental que os condôminos tenham suas próprias apólices de seguro.
Roubo e furto nas áreas comuns
Um dos principais desafios relacionados ao seguro de condomínio são os roubos e furtos. Muitas vezes, os condôminos acreditam que, se um item pessoal for furtado ou roubado nas áreas comuns, o condomínio deve indenizá-los.
Essa obrigação só existe se a convenção do condomínio deixar essa necessidade explícita. Caso contrário, itens deixados nas áreas comuns não são de responsabilidade do condomínio, que não é obrigado a restituir o bem ou valor.
Para equipamentos e bens do condomínio, é possível fazer um seguro específico contra roubo.
Como saber se a apólice do condomínio cobre o que seu empreendimento necessita?
Ao fazer essa análise, é importante escolher uma apólice nova que realmente atenda às necessidades do condomínio.
No caso mais grave que pode ocorrer a um condomínio – um desmoronamento – é necessário garantir que a apólice será capaz de cobrir os custos relacionados à reconstrução total da edificação.
“Nessa situação, contar com um corretor de seguros capacitado que compreenda as necessidades do condomínio é fundamental”, analisa o especialista da corretora Shelter. “Uma maneira simples de verificar se o valor de reconstrução é adequado é multiplicar o número de unidades pelo valor de venda de cada uma, vezes meio. Por exemplo, se um condomínio tem 40 unidades avaliadas em cerca de R$ 1 milhão cada, o seguro deve ser, no mínimo, R$ 20 milhões. Valores inferiores devem ser revisados”, acrescenta.
Outro ponto importante levantado por Sergio é saber, antes de assinar o contrato, exatamente o que a apólice não cobrirá. “Isso ajuda bastante o síndico a evitar problemas futuros.”
Outras coberturas essenciais que o condomínio deve considerar – embora não sejam obrigatórias como as das áreas comuns – incluem a responsabilidade civil do síndico e a responsabilidade civil do condomínio.
Esses cuidados adicionais evitam processos e garantem coberturas para problemas como:
danos causados por terceiros
falhas na prestação de serviços
atos dolosos
extravio de documentos
honorários advocatícios
encargos
custos e despesas judiciais, entre outros.
O seguro cobre alagamentos nas áreas comuns?
Com chuvas intensas se tornando cada vez mais frequentes, muitos questionam se o condomínio – ou a seguradora do condomínio – deveria indenizar os proprietários dos veículos danificados pela água. Infelizmente, a resposta é não.
Em relação a danos por alagamento, o seguro de condomínio cobre prejuízos às áreas comuns, como equipamentos danificados, repintura de paredes, reinstalação de gesso, etc.
Por isso, se o condomínio estiver em uma área propensa a alagamentos, é essencial que cada condômino tenha sua própria apólice de seguros para o seu veículo.
Como escolher a seguradora certa para o seu condomínio
Cada condomínio representa um risco e possui características individuais, portanto, o que é adequado para um empreendimento pode não ser ideal para outro.
No entanto, existem maneiras de garantir que uma seguradora será uma parceira confiável para o serviço prestado ao condomínio.
É vital que a empresa seja recomendada por um corretor de seguros.
Preste atenção no que a seguradora solicita e faz antes de aceitar a apólice, como a solicitação de documentos e a realização de uma vistoria no local.
Não utilize o preço como critério decisivo. Analise o valor das franquias e os canais de atendimento oferecidos ao consumidor.
Verifique o valor máximo coberto: algumas seguradoras oferecem apólices para condomínios que vão até R$ 50 milhões, outras até R$ 80 milhões, e dependendo do perfil do condomínio, esse valor pode não ser suficiente para a reconstrução do empreendimento.